terça-feira, 13 de dezembro de 2011

ATRIBUIÇÃO DE INSTALAÇÕES - FUNDAÇÃO ANTÓNIO QUADROS

PPM, CDS-PP, MPT e PSD apresentam, hoje Recomendação para  atribuição de instalações,sede em Lisboa para Fundação António Quadros,Cultura e Pensamento.
A Fundação António Quadros, Cultura e Pensamento fundada em 2009, após 15 anos de formação, trabalho intenso de actividade e angariação de espólio, tem por fim o estudo, divulgação e aprofundamento do Pensamento e Obra de António Quadros, de seus pais, Fernanda de Castro e António Ferro além de outras personalidades de mérito, através de acções de carácter Cultural, Artístico, Científico, Educativo e Social com especial enfoque nas áreas da Cultura Popular, Literária, Histórica e, do Estudo do Pensamento Filosófico em Portugal.


António Quadros foi um escritor e filósofo português. Nasceu em Lisboa a 14 de Julho de 1923 e morreu na mesma cidade no dia 21 de Março de 1993. Pertenceu ao Grupo da Filosofia Portuguesa na companhia de Álvaro Ribeiro, José Marinho, Afonso Botelho, entre outros que influenciaram de forma indelével a cultura nacional na segunda metade do sec. XX, deixando às futuras gerações uma filosofia de índole portuguesa na busca de um Portugal universal, imortal, transcendental, como demonstra o poema Portugal Ser Profundo:

Ó Portugal que foste

Que foste Grande no Mundo

Abre as asas, abre as velas

Revela o teu Ser profundo


Sei que estás adormecido

Com um sono como a morte

Mas para morrer ainda é cedo

Ainda não o quer a sorte

(…)

Portugal ainda somos

Porque a semente que outrora

Germinou em terra ingrata

Há de reviver agora


Em cada volta do tempo

De novo começa o mundo

Ó juventude redescobre

O Portugal Ser Profundo


O Pensamento de António Quadros, atinge grande intensidade na sua obra - Portugal, Razão e Mistério (1986/1987), livro obrigatório a quem deseja reencontrar Portugal.

Dirigiu as revistas de cultura e filosofia Acto, 57, Espiral e ainda a colecção "Biblioteca Breve" (ICALP). Da sua vasta e diversificada bibliografia destacam-se A Existência Literária, (1959) O Movimento do Homem, (1963) Ficção e Espírito (1971) e os dois volumes de Portugal Razão e Mistério (1986-1987).

António Quadros, grande impulsionador das Bibliotecas Itenerantes da Fundação Calouste Gulbenkian que levaram a cultura a esse Portugal profundo, colaborou também nos jornais Diário de Notícias, Diário Popular, Jornal de Letras, bem como nas revistas Ler, Rumo, Nova Renascença, Persona, Colóquio, Contravento, Litoral, Atlântico, Unicórnio, etc.

António Quadros foi um dos fundadores do IADE, Instituto que dirigiu, criando ineditamente e leccionando a disciplina de História de Arte. Foi membro da INSEA (International Society for Education through Art), órgão consultivo da UNESCO, de que foi delegado em Portugal até 1981, e membro da Fundação Europeia de Cultura.

Quando morreu, o país fez silêncio, ficando célebres as homengens na Assembleia da República e os discursos de Manuel Alegre, Rui Carp, Adriano Moreira e de todos os restantes representantes de todos os grupos politicos.

Ora sabendo que:

- A Fundação foi reconhecida no dia 25 de Fevereiro de 2011 como Instituição de Utilidade Pública e a 10 de Março de 2011, por deliberação da Presidência do Conselho de Ministros, foi decretado o Estatuto de Utilidade Pública.

- O espólio da Fundação é constituído por um vasto e importante acervo bibliográfico e documental impresso e manuscrito. (valiosa biblioteca, documentos dos espólios dos três escritores doados pelos seus herdeiros, nomeadamente os manuscritos das suas obras, alguns deles inéditos, correspondência, fotografias, catálogos de exposições, monografias, revistas, recortes de imprensa, obras de arte, diplomas, medalhística, objectos pessoais, etc...)

- O acervo da Biblioteca que compreende actualmente 4.224 obras e, ainda uma importante colecção de periódicos, é de utilização pública, gratuita e especializada nas áreas da Filosofia, da Literatura, da História Contemporânea, do Teatro, da Poesia e da Arte Popular.

- Graças a uma equipa técnica apoiada por diversos voluntários, a Fundação prossegue, subsidiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o tratamento do Arquivo e da Biblioteca.

- a Fundação apoiou e participou, desde o início de 2010, em cerca de 70 trabalhos de investigação abrangendo temáticas como: Aldeia Mais Portuguesa de Portugal - Arte Contemporânea - Arte Popular - Ciclo de Arte Moderna - Cinema - Escultura Portuguesa - Exposição do Mundo Português - Jornal 57 - Mar Alto - Museu de Arte Popular - Música Ligeira - Organização de Arquivos Históricos - Parques Infantis - Pousadas de Portugal - O Primeiro Modernismo - Revista Orpheu - Secretariado da Propaganda Nacional (SPN) - Secretariado Nacional de Informação e Turismo (SNI) - Teatro Novo - Turismo - Verde-Gaio e personalidades como: Agostinho da Silva - Alfredo Guisado - António de Oliveira Salazar - António de Spínola - António Ferro - António Quadros - Artur Paredes - Bernardo Marques - Carlota de Serpa Pinto - Delfim Santos - Fernanda de Castro - Fernando Pessoa - Francis Graça - Francisco Ribeiro - Henrique Galvão - José Carlos Ary dos Santos - José Carneiro Pacheco - José Coelho Pacheco - Josephine Baker - Leitão de Barros - Leonardo Coimbra - Luisa Grande (Luzia) - Mircea Eliade - Natália Correia - Raul Leal - Ruy Coelho - Sarah Affonso - Sebastião da Gama - Teixeira Cabral - Veiga de Macedo - Virgínia Victorino.

- A Fundação prepara actualmente, com algumas Universidades, importantes programas de estágios, que tanta falta fazem, para apresentação ao corpo discente de diversos cursos.

- Instituído pela Fundação António Quadros, Cultura e Pensamento, o Prémio António Quadros foi criado para distinguir, encorajar e divulgar o pensamento português nas suas múltiplas expressões e géneros, tarefa a que o filósofo dedicou grande parte da sua actividade intelectual. Em 2011, foi atribuído a uma obra na área da Filosofia.

- A maior dificuldade que a Fundação atravessa é a falta de um espaço para acolher não só os serviços administrativos mas, também o seu extenso espólio de forma a permitir o respectivo tratamento arquivístico e a sua disponibilização a um público cada vez maior e mais exigente, bem como a gestão e realização dos projectos a que se propõe e que definem a natureza da Fundação.

Os Grupos Municipais do PPM, do CDS-PP, MPT e PSD propõem a esta digníssima Assembleia que, na sua reunião ordinária de 13 de Dezembro de 2011, delibere:

1. Solicitar à Câmara Municipal de Lisboa que, em sequência da decisão tomada pela Secretaria-geral da Presidência do Conselho de Ministros, reconheça o valor público da Fundação António Quadros-Cultura e Pensamento e lhe conceda uma sede - espaço em Lisboa com as características necessárias para acolher e tratar o seu avultado acervo bibliográfico e documental e proceder ás suas restantes actividades.

2. Solicitar ao Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. António Costa, que intervenha junto da Vereadora da Cultura, Dra. Catarina Vaz Pinto a fim de agilizar o processo de cedência de espaço para sede já anteriormente requerido por esta Fundação.

 Enviar esta Recomendação ao Excelentíssimo Senhor Secretário de Estado da Cultura, Dr. Francisco José Viegas.

                                        

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